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E esse é mais um compartilhar do Projeto Honrar dez anos sem Pina Bausch:
Mergulho no Lamento da Imperatriz!


Grata Fabiano Neu pela partilha:

 

Loophole

A partir da “Invenção do Cotidiano”, de Michel de Certeau, e das “falhas que as conjunturas particulares vão abrindo na vigilância do poder” (1994, p. 101), foi denominada “Loophole ” (falha no sistema), uma intervenção artística projetada para estar mais próximo de funcionar como uma máquina de guerra, que “faz valer um furor contra a medida, uma celeridade contra a gravidade, um segredo contra o público, uma potência contra a soberania, uma máquina contra o aparelho” (DELEUZE, GUATTARI, 1997, p. 12), do que de um espetáculo ou entretenimento próprio do tempo dos lazeres. Uma performance que se pergunta, de que maneira atuar com a potência do acontecimento que força a produção de sentidos outros, tendo como campo o cotidiano central de São Borja? Uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, palco de disputas identitárias, onde memórias de presidentes da república, índios evangelizados e caudilhos fronteiriços convivem, e que se torna palco de uma performance cujo funcionamento é descrito nas linhas que se seguem.

A performance: Loophole inicia aproximadamente as 9:50h da manhã de uma sexta-feira, em uma esquina da praça principal da cidade. Seis personagens, vestindo roupas de festa (ternos, cartolas, vestidos longos e chapéus) e usando máscaras encetam o seguinte movimento: Personagem1 entrega uma folha de papel em branco para Personagem2, que o amassa e joga no chão. Personagem1 recolhe o papel do chão, desamassa e novamente entrega para Personagem2, que o amassa e joga no chão e assim se repete durante o percurso ao redor da praça. Logo atrás, Personagem3, Personagem4 e Personagem5 acompanham tocando instrumentos musicais. Personagem6 segue junto registrando imagens da intervenção, que finda na terceira esquina da praça.

Pina Bausch e a Tanzteather

 

(dança-teatro): Loophole se apropria de características da obra da coreógrafa (que usa a técnica do ballet de uma forma crítica, aliando-a a dramaturgia) para se compor. A repetição de movimentos (um movimento, ao ser executado uma única vez, pode carregar um sentido já codificado. O mesmo movimento ao ser repetido obsessivamente, ad infinitum, pode fazer esse sentido delirar e transbordar em sentidos outros.); movimentos do cotidiano (partir de um movimento facilmente reconhecível pelo senso comum e então deformá-lo); figurinos (roupas de festa no ambiente das rotinas diárias. Tirar um elemento de um contexto e colocar em outro); uso do exagero e do absurdo (superalimentar o que é clichê. Produzir falhas a partir de um excesso que ocasiona uma falta de sentido); improvisação (o fato de não estar em um local mapeado, como um palco, requer estar preparado para qualquer imprevisto sem deixar que uma contingência interfira no funcionamento da intervenção).
Engordar o costume: Loophole faz o recorte de um costume local: descartar o que é considerado lixo (embalagens de chicletes, balas, cigarros, etc.) na rua, e alia-se a Pina Baush para dramatizá-lo a partir da repetição, do exagero e do absurdo. Não há nesta escolha uma função conscientizadora e moral, de “ensinar o que é certo”, o que cairia na lógica da recognição, mas sim fazer desse recorte o disparador da performance.

Médico da Peste: Loophole utiliza máscaras para evitar associações que poderiam surgir do reconhecimento das pessoas envolvidas na intervenção, o que acarretaria, de imediato, uma explicação sensata. Foram confeccionadas a partir da figura dos médicos da peste, que na Europa dos séculos XVII e XVIII usavam máscaras que se assemelhavam a bicos de aves cheios de ervas aromáticas, para protegê-los do ar fétido ao lidarem com as vítimas da peste negra.

Fanfarra: Loophole é instrumentada por um tambor, que marca o tempo, um clarinete que acompanha o movimento com um tom desafinado e uma campainha que toca no momento que o papel é jogado ao chão. Além de ditar o ritmo da intervenção, serve como um estímulo sonoro com a função de atrair a atenção.

Registro audiovisual: Loophole é registrada pelo Personagem6, através de duas câmeras, na perspectiva do meio da intervenção. Mais três câmeras foram estrategicamente localizadas para captar a reação das pessoas presentes no local. A partir dessas imagens é produzido um audiovisual que, além de registro, funciona como disparador para produção de escrita. Algumas falas foram gravadas com o intuito de servir de aporte para algumas apropriações relacionadas a recepção da intervenção por parte do público, mas se constituem em um adicional e sua subtração não afeta o resultado final.

Link do vídeo >
https://www.youtube.com/watch…

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Artista: Liz Machado

E esse é mais um compartilhar do Projeto Honrar dez anos sem Pina Bausch:
Mergulho no Lamento da Imperatriz!
Grata Lis Machado pela partilha:

"Mater"

Território Tremulum
Performer: Lis Machado
Olhar: Jonathas Pozo

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E esse é mais um compartilhar do Projeto Honrar dez anos sem Pina Bausch:
Mergulho no Lamento da Imperatriz!
Grata nathalia barb pela partilha:
Driades - direção Nathalia Barp
Atores:
Gustavo 
Luzia Ainhoren
Bruno Parisoto
Samira Abdalah
Rafaela Giacomelli
Fotos Francisco Dos Santos Gick

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