Conexão não é pegarmos a senha do wi-fi no lugar onde estamos para ficarmos "conectados" com o mundo e as pessoas.
Conexão é união, afinidade ou semelhança, mas do que?
Deixe-me reportar à um conceito japonês que se chama Wabi Sabi - A Arte da Imperfeição - a arte de ver o belo no imperfeito. Wabi Sabi, além de ser uma estética japonesa de decoração, é um modo de vida que prima por valorizar a simplicidade da vida, da natureza, perceber nossas falhas e olhá-las sob outra ótica. Aceitar as coisas como elas são, não no sentido de passividade inativa perante o mundo e o que nos rodeia, mas uma passividade ativa que nos permite obter mais serenidade, paz e equanimidade no viver.
Conexão pode ser um exercício adquirido no nosso dia a dia através da meditação, práticas de yoga ou qualquer arte do corpo que nos possibilite experienciar o estado de consciência no momento presente. O importante não é o resultado final, mas as conquistas diárias, no processo da vida e o que percebemos durante a caminhada.
Para adquirirmos conexão é preciso deixar de lado nossos julgamentos sobre nós mesmos e sobre os outros. Podemos nos tratar como a arte japonesa:
kintsugi, a arte de reparar com laca de ouro ou prata objetos quebrados. Quando algo com
história é danificado e sofre algum infortúnio, esse acontecimento entra na história do objeto. Portanto, deve ser enaltecido e celebrado, tornando, por exemplo, a cerâmica reparada mais forte e mais bela do que a original.
Conexão é estar atento no momento presente, é contemplar não só a natureza (mar, árvores, céu, etc) mas sim, saber contemplar a planta que nasce no meio do concreto, conectar-se às pessoas que nos rodeiam, não apenas olhar nos seus olhos e sim ver o que há através deles. Na próxima vez que fores à algum lugar, primeiro ative a conexão modo Wabi Sabi , contemple-o, contemple as pessoas e tudo que o rodeia, e depois peça a senha do wi-fi, se isso ainda for importante para você...
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