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Tenda da Lua: Mulher e o sangue menstrual

Atualizado: 5 de ago. de 2021








Tenda da Lua, da boa acolhida,

Tempo de contemplação,

Observando os ciclos do corpo,

E a vida que recomeça.

Recolhimento e silêncio.

Sagrada Tenda Negra do Ocidente.

Menina e Avó,

Unidas em retiro,

Junto à Mãe-Terra.












A imagem e o escrito acima é referente ao livro de James Sams As Cartas do Caminho Sagrado, um livro de auto descoberta através dos ensinamentos dos índios norte-americanos. Cada carta possui uma mensagem e um breve contexto das simbologias e experiências da autora destes ensinamentos.


Inicio com um breve resumo sobre esta carta do livro, que fala que a Tenda da Lua é o lugar da mulher. É onde as mulheres se reuniam durante o seu período menstrual. Elas tinham permissão de se recolherem das atividades cotidianas e se juntarem com outras irmãs que também estavam no seu ciclo lunar.

Nas tradições antigas o Tempo Lunar é sagrado, pois durante este momento a mulher é honrada como sendo a Mãe da Energia Criativa. Quando sangra, ela libera as energias antigas que seu corpo carregou e se prepara para a religação com a fertilidade da Mãe Terra, da qual é portadora durante a próxima lunação, conforme o livro. Considera-se este momento de recolhimento como um momento de descanso, pois os ancestrais entendiam ser importante para que a mulher se aprofundasse em seu Espaço Sagrado.

Isso pode parecer fora de questão para a "mulher moderna", se recolher de suas atividades, não ir trabalhar, por exemplo. Porém, há um aumento de movimentos e grupos que estão retomando estes costumes ancestrais e compartilhando suas experiências e novas relações com seus períodos menstruais, ou melhor dizendo, seu Ciclo Lunar.

Por que ciclo lunar? Tomando ainda o ensinamento da Carta 17 - Tenda da Lua - do livro citado:

A Avó Lua é quem tece a trama das marés ( que é a água ou o sangue de nossa Mãe Terra), e os ciclos de uma mulher acompanham o ritmo desta fiação. Quando as mulheres vivem juntas num espaço comum, seus corpos começam a regularizar suas menstruações, e todas terminam tendo seu tempo lunar simultaneamente. Este ritmo natural é um dos laços de fraternidade.


Há dentro dos conhecimentos ancestrais ( e eu ouvi de uma anciã) - que parte dos problemas relacionados aos órgãos femininos derivam desta falta de contato e conhecimento de seus ciclos naturais e de seu poder intuitivo. Uma mulher que lida com seu ciclo lunar e respeita as sensações vindo dele, se conecta e age na clareza de sua visão. Como se dá com as Mães dos Clãs, é aprendendo a utilizar os dons da intuição e da sabedoria que toda mulher pode ter acesso à Verdade que a guiará no Caminho Sagrado.

A Tenda da Lua também poderia ser chamada de Tenda da Cura ou Tenda Negra ou até Vermelha. A lua é feminina em sua energia. A cura podia ser entendida pelo partilhar que as mulheres tinham ao se reunir, honrando também com cada ciclo, idade e experiência.

Deste modo, havia uma harmonia entre os clãs dos guerreiros e das mulheres quando se uniam e compartilhavam suas visões, considerando que na Tenda da Lua era o momento em que só as mulheres podiam entrar.


Como fazer essa conexão nos dias atuais?


Devido aos movimentos feministas; do Sagrado Feminino há muitas polêmicas sobre o assunto que se refere ao ciclo lunar. Ao mesmo tempo, há muitos produtos como: o copinho, os absorventes recicláveis, os famosos e antigos paninhos ganharam força e possibilidades para este novo contato com o sangue menstrual. Além disso, a possibilidade de plantar a lua, ou seja, devolver o sangue para a terra!

Isso viabiliza maneiras de retomar um conhecimento ancestral e adaptar para a rotina de cada mulher nos dias atuais.

Não só pelo requisito ecológico, econômico, sustentável mas por saúde e desmistificação que o ciclo lunar é feio, sujo, fedorento e - para muitas mulheres - ainda um "tormento".


Mas isso é assunto para um outro post! 😉

De algum modo, as mulheres numa Tenda, seja da Lua ou numa Roda Feminina,

elas tem o Poder de se Curar!

As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas ás outras. Toda pessoa possui facetas masculinas e femininas. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade. A Tenda da Lua pode ser um símbolo para homens e mulheres. Recolher-se e assimilar os sentimentos que as experiências da vida criam é muito saudável.




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