Shiva Nataraja é uma das representações da Divindade Shiva. Shiva Nataraja é o Rei dos Dançarinos.
Sua dança simboliza o eterno ritmo de vida e morte. Conforme, Ananda Coomaraswamy:
a dança de Shiva exprime as cinco atividades divinas: a criação contínua do mundo,
pois
do ritmo dessa dança o universo nasceu e se expande; a manutenção deste universo, pois o equilíbrio deste cosmos em movimento incessante só se conserva pelo ritmo da dança; a destruição , pois as formas de destroem para que outras possam nascer infinitamente, e Shiva dança em meio às chamas dos palácios incendiados; a reencarnação, pois a dança de Shiva mostra o percurso através de diversas vidas, para além das ilusões de existências limitadas; a salvação, enfim, ou a libertação última pela qual cada um toma consciência do que é por toda eternidade: um momento da atividade rítmica de Shiva, o Deus que dança.
Quando Ele dança, representa a verdade cósmica e é associado com a morte e o renascimento. Como terceira pessoa da trindade hindu, Shiva destrói o universo ao final de cada era, para que este possa ser criado de novo.
Ele vem com fogo consumidor do Amor divino que destrói o ódio, a maldade, os demônios e o ego humano, varrendo a terra do mal. Isso não significa, necessariamente, uma destruição física do mundo pelo fogo, este fogo Sagrado que transmuta as energias.
Nada no universo morre, há uma mudança de plano e padrão vibracional.
A energia não nasce e nem morre, ela se transforma.
"Por Seu Amor, a vida é renovada, e os seres humanos têm novas oportunidades de crescimento. Shiva é o destruidor dos egos. Ele destrói com sua dança tudo que represente a ignorância e a ilusão. "
Lucien de Samosathe escreveu, quando falava do amor primordial:
A dança nasceu no começo de todas as coisas; veio à luz ao mesmo tempo que Eros, pois essa dança primordial aparece no coro das constelações, no movimento dos planetas e das estrelas, nas rondas e nas evoluções que traçam no céu e em sua ordem harmônica.
Shiva ou Shiva Nataraja nos traz a personificação do Sagrado na própria existência sendo ela como tal: seus ciclos de nascimento e morte, interminável movimento transformador da Existência. O movimento Sagrado do próprio viver. A dança é a vida em si, o sagrado está no corpo e não fora dele. Há que se ter mais sacralidade (tornar cada ação Sagrada) como o Tantra explana, em todos os Seres, em todas as coisas, em todas as pessoas, em todos os atos e ações.
Dançar a própria vida para uma existência banhada na Luz da Presença.
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